"Ao ser o que somos, o somos na linguagem"

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18-10-2011 14:56

Dicas indispensáveis para ingressar na Academia Brasileira de Letras

Eliakim Araújo

 

Acreditem, para ingressar na ABL, antes ser da Rede Globo que ter obras e reconhecimento literário
 
Certa vez, uma apresentadora da Globo, escalada para cobrir o carnaval na Avenida, recebeu da direção a incumbência de entrevistar um conhecido sambista, integrante da Velha Guarda da Portela, a famosa escola de samba do subúrbio carioca de Madureira.

A moça, pouco afeita ao trabalho de repórter, sobretudo em matéria ao vivo, não vacilou.  Ao se ver frente a frente com o encanecido sambista, tascou-lhe  a pergunta: “- O que é preciso para fazer parte da Velha Guarda da Portela?”.
 
Até hoje não se sabe se o sambista levou a sério a pergunta ou partiu para a gozação em cima da moça. E a resposta veio no mesmo tom da pergunta: “ora, basta ficar velho”.

Passados tantos anos, o que parecia uma pergunta idiota se encaixa como uma luva aos dias atuais.  Transfiro aqui para os acadêmicos, não das escolas de samba, mas da Academia Brasileira de Letras, a pergunta da reporter: “- o que é preciso para fazer parte da ABL?”.

Se nossos imortais fossem coerentes com os princípios que levaram à criação da Casa de Machado de Assis, diriam:  “ora, basta escrever livros”.

Mas, infelizmente, nossos acadêmicos mais uma vez pisaram na bola, escolhendo para a cadeira vaga com a morte de Moacir Scliar, um não-escritor de livros.  Os acadêmicos optaram por um colunista de jornal, preterindo Antonio Torres, escritor consagrado, com vasta obra literária reconhecida em vários países do mundo.

Consta que Merval Pereira publicou dois livros: um em 1979, escrito a quatro mãos, e outro no ano passado, com artigos publicados no jornal O Globo.

A “eleição”  de Merval dá sequência a uma prática que vem se tornando tradição na ABL: a escolha de escritores que não escrevem livros, caso do próprio patrão de Merval, o já falecido “companheiro” Roberto Marinho.   Não se conhece a obra literária de Marinho, o que dele se conhece bem é o trabalho que desenvolveu ao longo dos anos, sabidamente com a ajuda dos governos militares,  que redundou na construção de um império tão poderoso que todos o temem, até mesmo aqueles a quem cumpre conceder os direitos de explorar a indústria televisiva.

Merval não foi o primeiro nem será o último.  Durante o regime militar, os nossos imortais escritores elegeram um general,  Aurélio de Lira Tavares, que tinha sido Ministro do Exército da ditadura.  Com obra literária próxima do zero.
 
Entre os criticos da escolha de Merval, está Luis Nassif, que escreveu em seu blog:

 “A ABL, a casa de Machado de Assis, que deveria ser a guardiã implacável dos valores da literatura, a defensora intransigente da meritocracia, a defensora dos escritores, o selo de qualidade, o passaporte final para a posteridade, é uma casa menor, em alguns momentos parecendo mais uma cloaca de fazenda do que um lugar de luzes e de letras”.

Não é preciso ser muito esperto para entender o porquê da escolha do jornalista. Volto ao Nassif:

“Merval tem a visibilidade e o poder proporcionados pela Rede Globo. Tem moeda de troca – o espaço na TV Globo, podendo abastecer o ego dos seus pares e as demandas da ABL. Poderia até ganhar prêmios jornalísticos, jamais a maior condecoração da literatura brasileira”.
 

A escolha de um jornalista com prestigio dentro do Grupo Globo aparentemente faz parte de uma estratégia da ABL de criar fatos para se manter na mídia.  Uma espécie de “toma lá, dá cá”, para usar a expressão da moda.  “A gente escolhe um jornalista para tomar o chá das cinco conosco e vocês tiram nosso clubinho do ostracismo”.

Não faz muito tempo, os acadêmicos  concederam a medalha Machado de Assis, a honraria maxima da ABL, ao craque de futebol e pagodeiro, Ronaldinho Gaucho.  Visivelmente constrangido, Ronaldinho disse que foi bom estar ali por iria pedir “uma dicas” de livros aos acadêmicos.  Dizem que na entrada do prédio da Academia, constava o nome do visitante como Dr. Ronaldinho.


Depois de dar uma medalha a Ronaldinho e arranjar uma cadeirinha pro Merval sentar, a ABL para ser coerente precisa arranjar uma outra para o bispo Edir Macedo.  É ou não é?

Fonte: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/09/dicas-indispensaveis-para-ingressar-na.html

15-08-2011 23:16

Aniversário do Prof. Jailson Almeida

Linguisticamente o homem habita o mundo...

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07-08-2011 17:48

Minhas férias, pula uma linha, parágrafo. (Christiane Gribel)

 

Um

O primeiro dia de aula é o dia que eu mais gosto em segundo lugar. O que eu mais gosto em primeiro é o último, porque no dia seguinte chegam as férias.

Os dois são os melhores dias na escola porque a gente nem tem aula. No primeiro dia não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça ainda está de férias. E no último, também não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça já está nas férias.

Era o primeiro dia e era para ser a aula de português mas não era porque todo mundo estava contando das férias. E como todo mundo queria contar mais do que ouvir, o barulho na classe estava mesmo ensurdecedor. O que explica o fato de ninguém ter escutado a professora gritando para a gente parar de gritar. Todo mundo estava bem surdo mesmo. Mas quando ela bateu com os livros em cima da mesa a nossa surdez passou e todo mundo olhou para ela.

Ela estava em pé, na frente do quadro-negro e ficou em silêncio, com uma cara bem brava, olhando para a gente.

Quando um professor está em silêncio com uma cara bem brava olhando para você, é melhor também ficar em silêncio com uma cara de sem graça olhando para um ponto qualquer que não seja a cara brava do professor.

A professora puxou a cadeira dela e se sentou.

Atrás dela, no quadro-negro, eu vi decretado o fim das nossas férias e o fim do nosso primeiro dia de aula sem aula. Estava escrito:

Redação: escrever trinta linhas sobre as férias.

Eu sabia que as férias de ninguém iam ser mais as mesmas na hora que virassem redação. É simples: férias é legal, redação é chato. Quando a gente transforma as nossas férias numa redação, elas não são mais as nossas férias, são a nossa redação. Perdem toda a graça.

Todo mundo tirou o caderno de dentro da mochila. Menos eu.

Eu fiquei olhando para aquela frase no quadro enquanto os zíperes e velcros das mochilas eram os únicos barulhos na sala. De repente as nossas férias ficaram silenciosas. Onde já se viu férias sem barulho?

Além do mais, eu tenho certeza de que a professora nem quer saber de verdade como foram as nossas férias. Ela quer só saber como é a nossa letra e se a gente tem jeito para escrever redação. Aqueles dois meses inteirinhos de despreocupações estavam prestes a virar trinta linhas de preocupações com acentos, vírgulas, parágrafos e ainda por cima com a letra ilegível depois de tanto tempo sem treino.

Dois

A turma inteira já estava escrevendo quando eu percebi que a professora estava só olhando para mim.

Quando um professor fica parado só olhando para você é porque você tinha estar fazendo outra coisa que não era o que você estava fazendo.

A outra coisa que eu tinha que estar fazendo era minha redação. Então eu puxei a minha mochila e peguei o caderno. É claro que minha mochila tem o fecho de velcro e que todo mundo olhou para mim quando eu abri. Só a professora que não olhou de novo porque ela já estava olhando antes mesmo.

Peguei a caneta. Eu nem sabia mais segurar direito a caneta. Escrevi:

Minhas Férias

Mas a letra ficou péssima e eu resolvi arrancar a folha para começar bem o meu caderno. E todo mundo olhou de novo para mim, até a professora que já tinha parado de me olhar.

Troquei a caneta por um lápis, porque se a letra ficasse horrível era só apagar em vez de ter que arrancar outra folha.

Coloquei as minhas férias lá no alto e bem no meio da página. Pulei uma linha. Parágrafo.

Minhas férias

Outro problema de transformar as nossas férias em redação é fazer os dois meses caberem nas tais trinta linhas. Porque se a gente fosse contar mesmo tudo o que aconteceu, as trinta linhas iam servir só para um dia de férias e olhe lá.

E aí você olha para o seu relógio e descobre que as trinta linhas, que pareciam poucas para contar todas as suas férias, viram muitas porque você só tem mais 15 minutos de aula para fazer a redação.

Começar as férias é a coisa mais fácil do mundo. Em compensação, começar redação sobre as férias é tão difícil quanto começar as aulas.

Fiquei me lembrando como é que eu tinha começado as minhas férias de verdade. Assim eu podia começar a redação do mesmo jeito. Mas eu comecei as minhas férias de verdade arrumando a mala para ir para a casa do meu avô. E agora só faltavam 12 minutos para terminar a aula. Em 12 minutos eu não ia conseguir arrumar a mala. Pelo menos não do jeito que a minha mãe gosta que eu arrume. Então decidi começar as férias de minha redação direto da casa do meu avô.

Minhas férias
Eu sempre adoro as minhas férias na casa do meu avô. Principalmente porque não tem aula.

Não. Talvez seja um começo de redação muito pesado para o começo das aulas.

Minhas férias
Eu sempre adoro as minhas férias na casa do meu avô.
Lá tem um campinho de futebol bem legal e uma turma de amigos bem grande.
Isso é perfeito porque um campinho sem uma turma grande não serve para nada. E uma turma grande sem campinho não cabe em lugar nenhum que não seja um campinho. A gente passa o dia todo jogando futebol e só para de jogar quando já está escuro e não dá mais para ver a bola. Então já é hora de jantar.
Depois do jantar, os meus melhores amigos da turma vão para a casa do meu avô e a gente pode continuar jogando, só que futebol de botão que não dá indigestão. Aí, a gente pode jogar até tarde porque no dia seguinte não tem aula. É por isso que férias é bom.

Achei que desse jeito a minha observação a respeito das aulas ficava mais sutil. Continuei.

Teve um dia que eu fiz um golaço. Não no futebol de botão, no de verdade.
O gol veio de um pase de craque do Paulinho que é o meu melhor amigo entre os meus melhores amigos da turma. Você sabe que para jogar futebol não adianta só ser bom de bola. Tem que ter tatica.
O Paulinho driblou um, dois e eu vi que ele ia passar pelo terceiro. Ele também me viu. Aí eu me enfiei pela esquerad e recebi a bola. Chutei direto. Eu fiz um golaço tão grande que furou a rede e estilhaçou em mil pedaços a janela do vizinho.
Deu a maior confusão porque enquanto a turma pulava o vizinho apareceu bravo com abola em baixo do braço e a mulher dele veio atrás. Eu tive até que parar com a minha comemorassão. Mas a mulher do vizinho que veio atrás dele falou para ele que criança é assim mesmo e que a gente estava só se divertindo e que ninguém fez aquilo de propósito. E era verdade mesmo porque a culpa nossa da rede ter furado. E aí acabou ficando tudo bem. O meu vizinho devolveu a bola, verificou a rede e disse que o meu gol foi mesmo um golaço mas que era para a gente tomar mais cuidado com as janelas da casa do lado.

O sinal tocou bem nessa hora. Eu nem contei quantas linhas eu tinha escrito porque não ia dar tempo de mudar nada mesmo.

Arranquei a folha e dei as minhas férias para a professora.

Três

Depois da aula de português vinha aula dupla de educação física. A maior sorte que se pode ter num primeiro dia de aula é ter aula dupla de educação física. Dá até para ficar contente de ter voltado para a escola. E dá até para acreditar quando a nossa mãe fala que essa é a melhor época de nossa vida, quando ela faz aquele discurso que toda mãe faz.

Discurso:

Aproveita, meu filho. Essa é a melhor época da sua vida. Ir para a escola é uma delícia. Quando você crescer vai se lembrar da escola e sentir uma saudade danada.

Minha mãe diz que é para aproveitar a escola porque depois que a gente cresce a gente fica cheio de problemas para resolver. Aí é que está. Eu ainda nem cresci e já estou cheio de problemas. Só no ano passado eu tive quer resolver 187. E não foi nem para mim. Foi para o professor de matemática.

Quatro

A semana passou bem rápido e quando a gente viu já era sexta-feira. Ter chegado a sexta-feira era ótimo. Agora só faltavam mais dezenove semanas para as próximas férias. A única coisa ruim é que na sexta eu tinha aula dupla de português e a professora ia trazer as nossas redações de volta.

Quando a professora entrou na sala eu tinha acabado de puxar o elástico do sutiã da Mariana Guedes. Agora a moda das meninas era usar sutiã por baixo da camiseta. E a nossa moda era puxar o elástico para o sutiã estalar bem nas costas delas. Eu corri e a Mariana Guedes me jogou uma borracha bem na cara. Mas a professora foi olhar para a gente só na hora que eu joguei a borracha de volta. E aquela Mariana Guedes ainda abaixou e a borracha passou bem perto dos óculos da professora.

A professora ficou me olhando de novo, igual no dia da redação, e então eu me sentei esperando uma daquelas broncas humilhantes no meio da classe. Mas a professora não falou nada.

Quando você apronta uma dessas e o professor não fala nada, não é porque o professor é um cara bem legal. É que o que vem pela frente é pior do que o pior que você imaginava.

O pior foi colocado bem em cima da minha mesa. As minhas férias, que tinham sido perfeitas para mim, não chegaram nem perto de terem sido boas para a professora. Elas voltaram cheias de defeitos. Faltou um esse no passe de craque do Paulinho, um acento na minha tática e a minha comemoração eu escrevi com tanta empolgação que acabou saindo com dois esses em vez de cê-cedilha.

E o pior do que eu imaginava foi o que ela fez com o meu golaço que estilhaçou em mil pedaços a janela do vizinho. Ela disse que “em mil pedaços” é um adjunto adverbial e que tinha que ficar entre vírgulas.

Eu olhei na Gramática e lá estava explicado que um adjunto adverbial é um termo acessório e a gente pode eliminar aquela parte da frase que ela continua a fazer sentido. Eu queria ver a professora dizendo para o meu vizinho que aqueles mil pedacinhos da janela dele eram só um adjunto adverbial.

E tem mais uma coisa: eu estava de férias. Era muito mais importante marcar o gol do que as vírgulas, concorda?

E as minhas férias ficaram assim:

Minhas férias
Eu sempre adoro as minhas férias na casa do meu avô.
Lá tem um campinho de futebol bem legal e uma turma de amigos bem grande.

Por que não substituir um bem por muito?

Isso é perfeito porque um campinho sem uma turma grande não serve para nada. E uma turma grande sem campinho não cabe em lugar nenhum que não seja um campinho. A gente passa o dia todo jogando futebol e só para de jogar quando já está escuro e não dá mais para ver a bola. Então já é hora de jantar.

não se consegue mais ver a bola

Depois do jantar, os meus melhores amigos da turma vão para a casa do meu avô e a gente pode continuar jogando, só que futebol de botão que não dá indigestão. Aí, a gente pode jogar até tarde porque no dia seguinte não tem aula. É por isso que férias é bom.

as férias são boas.

Teve um dia que eu fiz um golaço. Não no futebol de botão, no de verdade.
O gol veio de um passe de craque do Paulinho que é o meu melhor amigo (entre os meus melhores amigos) da turma. Você sabe que para jogar futebol não adianta só ser bom de bola. Tem que ter tatica.
O Paulinho driblou um, dois e eu vi que ele ia passar pelo terceiro. Ele também me viu. Aí eu me enfiei pela esquerda e recebi a bola.
Chutei direto. Eu fiz um golaço tão grande que furou a rede e estilhaçou, em mil pedaços, a janela do vizinho.

Adjunto adverbial

Deu a maior confusão porque enquanto a turma pulava o vizinho apareceu bravo com abola em baixo do braço e a mulher dele veio atrás. Eu tive até que parar com a minha comemorassção. Mas a mulher do vizinho que veio atrás dele falou (para ele) que criança é assim mesmo e que a gente estava só se divertindo e que ninguém fez aquilo de propósito. E era verdade mesmo porque a culpa não foi nossa da rede ter furado. E aí acabou ficando tudo bem. O meu vizinho devolveu a bola, verificou a rede e disse que o meu gol foi mesmo um golaço, mas que era para a gente tomar mais cuidado com as janelas da casa do lado.

Quanto e!

A professora não fez nenhum outro comentário sobre o que eu tinha escrito. Para ela tanto fazia se o meu gol tinha sido um golaço ou um frango do goleiro. Eu fiquei bem chateado. Ela tinha acabado com as minhas férias. Isso significava que era a terceira vez que as minhas férias acabavam numa semana só. Não podia existir nada pior do que isso na vida de um garoto de 11 anos.

Mas existia.

Cinco

No final da aula a professora me chamou na mesa dela. Eu tinha que fazer de lição para segunda-feira a análise sintática da frase: “Eu fiz um golaço tão grande que até furou a rede e estilhaçou, em mil pedaços, a janela do vizinho”.

Era o fim. As minhas férias já tinham virado redação e agora acabavam de virar lição de casa. E uma lição dificílima. Fazer análise sintática! Eu nem lembrava mais o que era isso.

Do jeito que as coisas vão, quando chegarem as minhas próximas férias eu não vou saber se é para ficar feliz ou triste. Eu vou falar “ah, não, férias me lembram redação e lição de casa” e ninguém vai entender nada.

Então eu pensei que ainda bem que amanhã era sábado. Eu já comecei a me lembrar que a turma do prédio tinha marcado pólo aquático na piscina. Peguei a minha mochila e saí correndo para não perder o ônibus para casa. Não me lembro se a professora continuou em sala ou não. Eu só me lembro que eu fui o último a sair.

O fim de semana me fez esquecer da escola e da primeira semana de aula, o que foi bom. O único detalhe é foi que eu também acabei esquecendo da lição de português. E na segunda de manhã eu tive que fazer tudo correndo quando cheguei na escola, antes de tocar o sinal.

Análise sintática já é uma coisa bem complicada quando você tem que fazer o exercício logo depois que a professora acabou de explicar como se faz. Imagina fazer depois das férias de verão quando você mudou da quinta para a sexta série mas nem se lembra como é que passou de ano.

Eu peguei o meu caderno e escrevi a minha frase.

Eu fiz um golaço tão grande que até furou a rede e estilhaçou, em mil pedaços, a janela do vizinho.

Depois eu fui escrevendo o que eu me lembrava que tinha que ter numa análise sintática.

Sujeito:
Predicado:
Objeto direto:
Objeto indireto:
Partícula apassivadora:

Isso era tudo o que eu me lembrava. Então eu comecei a escrever do lado de cada coisa dessas uma análise sintática. Pus lá:

Sujeito: O meu vizinho. Que é realmente um sujeito de meter medo apesar de eu achar que ele deve ser legal porque está casado há um tempão com a mulher dele que é bem legal.
Predicado: O meu vizinho de novo. Isso, se a gente colocar no meio dessa palavra a sílaba JU e então a palavra vira prejudicado porque ele foi mesmo o grande prejudicado dessa história.
Objeto direto: A bola. Nem precisa explicar por quê.
Objeto indireto: Eu. Porque a janela quebrou em mil pedaços por causa do meu chute mas na verdade foi culpa da rede que furou.
Partícula apassivadora: Essa era a mulher do meu vizinho que apassivou a briga e se você reparar como ela é pequena eu acho que partícula é o que ela é.

Pronto. Acabei a lição e o sinal nem tinha tocado ainda. Fechei o meu caderno. Depois eu abri de novo. Lembrei de mais uma coisa que tinha na análise sintática e escrevi:

Adjunto adverbial: em mil pedaços.

No final da aula de português eu deixei a minha lição na mesa da professora e fui para a minha aula dupla de educação física.

Sete

Na minha aula dupla de português da sexta-feira, a professora me entregou a análise sintática. Eu tirei zero e tive que escrever toda essa história contando tudo isso que aconteceu para você. Ela me disse que você é que ia decidir o que fazer comigo, porque você é o Diretor dessa escola e ela não sabia que atitude tomar. Foi isso.

Assinado

Guilherme Pontes Pereira
6a. série B – Manhã

No dia seguinte o Diretor me chamou na sala dele. Ele já tinha lido toda a história que eu escrevi e eu já estava pensando no que eu ia dizer para os meus pais quando ele me expulsasse da escola. Eu ia dizer:

- Mãe, pai, fui expulso da escola.

Eu entrei na sala do Diretor e me sentei na cadeira bem na frente dele. Quer dizer, na frente mais ou menos, porque era uma daquelas cadeironas que a gente afunda dentro, então o porta-lápis, que ficava na mesa do diretor, tapava a cara dele até o nariz. Mas ele chegou o porta-lápis para o lado e eu consegui olhar para ele bem de frente. E ele disse:

- Guilherme, eu fiquei muito impressionado com a história que você escreveu. Você precisa fazer mais redações.

Então ele me mandou de volta para a sala de aula.

05-07-2011 14:15

Adeus a Leandro Reis dos Santos (02.07.1986 – 05.07.2011)

Abaixo, mensagem de Henry Sobel lida pelo prof. Rusel Barroso por ocasião da cerimônia exequial.

 

 

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Vá em Paz, Leandro!

 

 

21-01-2011 15:32

Formação em Letras no Brasil: (des)caminhos de uma profissão

 

Escrito por Eduardo Martins

eduardo.cmartins@hotmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Cinqüenta anos em cinco. Este foi o lema da campanha à Presidência feita por Juscelino Kubitscheck em 1955. O slogan representava o desenvolvimento pretendido para o Brasil em 31 metas, dentre elas a Educação. Planejou-se a modificação do sistema educacional, que, na prática, significou a intensificação e reorientação da formação do pessoal técnico para o desenvolvimento do país (CARDOSO, 1978).

Hoje, passado mais de meio século, permanece a convicção de que a qualificação do Ensino Superior é um caminho obrigatório para o desenvolvimento nacional, todavia, quando observamos as licenciaturas em Letras percebemos um desvio lamentável. Este texto busca refletir sobre três fatores que podem comprometer ou promover a qualidade da formação do profissional da linguagem e algumas perspectivas futuras.

Segundo dados do Ministério da Educação, há mais de 400 Instituições autorizadas a oferecer cursos de graduação em Letras em todos os estados da Federação. O número de programas de licenciatura alcançam bem além de um milhar. Esse aumento do número de vagas, associado ao menor custo das mensalidades e a (relativa) baixa concorrência no vestibular faz deste curso uma opção para indivíduos que desejam um diploma de nível superior, mas não querem, de fato, a profissão do magistério. Temos, assim, o primeiro fator para a qualidade da formação em Letras no Brasil: a motivação vocacional.

Em pesquisa apresentada pela professora Desirée Motta-Roth, no III ENPLE , até bem recentemente, apenas 20% dos calouros de Letras da UFSM pretendiam atuar no magistério, isto é, apenas dois em cada grupo de dez estudantes iniciais. É bem verdade que a sala de aula não é a única alternativa para o graduado em Letras. Esse profissional dispõe de muitas outras opções de atuação como editor, pesquisador, redator, roteirista, revisor, crítico literário, tradutor, intérprete, assessor parlamentar, assessor de comunicação, secretário-executivo, entre outros. Contudo, é importante uma reflexão: por que a licenciatura, que deveria formar principalmente professores, está perdendo seu foco? É possível imaginar uma classe cursando Odontologia sem almejar ser dentista? Ou ainda cursando Engenharia para não serem engenheiros?

Segundo a pesquisa, as representações sociais dos alunos da UFSM evidenciavam pouco otimismo em função do baixo valor conferido pela sociedade à carreira docente (TICKS 2003; MOTTA-ROTH & MARAFIGA, 1991). Assim como eles, está no imaginário popular que tornar-se professor é comparado a fazer voto de pobreza, ou seja, muito trabalho, pouco salário. Observe a tira humorística que reproduz o senso comum:

Além da motivação, o segundo fator que pode comprometer ou promover a qualidade na formação em Letras revela-se ainda mais nocivo, pois parte de quem deveria zelar pela excelência educacional: a legislação.

Paiva mostra que a qualidade das licenciaturas tem sido uma preocupação do MEC nos últimos anos, todavia, infelizmente esta é uma atitude recente. A área de Letras passou por profundas modificações na legislação, especialmente em língua estrangeira (LE), conforme resoluções que sintetizamos:

1961 – A LDB retira a obrigatoriedade do ensino de LE do ensino básico;
1962 – Primeiro modelo de currículo mínimo que abrangia cinco línguas e suas literaturas – duas possibilidades de habilitação: Português ou português+LE;
1966 – Surgimento da licenciatura única em LE;
1969 – Obrigatoriedade da formação pedagógica, não conseguida plenamente até hoje currículos com três anos de bacharelado e um ano pedagógico (formação 3+1);
1971 – Inserção pela LDB da LE como mera recomendação;
1972 – Carga horária mínima estabelecida em 2.200 horas para licenciaturas plenas;
1976 – Ensino de LE obrigatório para o Ensino médio.
1996 – Nova LDB impõe ensino de LE a partir da quinta série de ensino fundamental;
1998 – PCNs de ensino fundamental incentivam somente a leitura instrumental em detrimento das outras habilidades para LE. O estudante “não precisará das outras habilidades” segundo o documento preconceituoso;
2001 – Diretrizes para o curso de Letras;
2002 – Em fevereiro a SESu-MEC institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em cursos de licenciatura plena.
2002 – Carga horária expandida para 2.800 horas, sendo 400h de prática; 400 de estágio curricular supervisionado, 1.800 de conteúdos curriculares e 200 de outras atividades acadêmico-científico-culturais.

Podemos notar que as leis educacionais de 1961 a 1976 ignoraram a importância das línguas estrangeiras ao deixar de incluí-las como obrigatórias. Esse vácuo se deve em larga medida à ausência de políticas nacionais de ensino de línguas estrangeiras até os dias atuais, demonstrada na diminuição drástica da carga horária escolar, chegando a uma aula por semana, falta de distribuição de livros didáticos para LE pelo MEC, além da exclusão da avaliação desse conteúdo (LE) nos exames nacionais criados após a LDB de 1996 como a primeira versão do ENEM e o Exame ENADE de avaliação dos cursos mediante a avaliação dos alunos de último ano, por exemplo. Percebemos um status de disciplina inferior, perpetuada desde 1961 até hoje, o que reforça a crença perversa de que não se aprende LE na escola. Como promover qualidade na formação em Letras se nossa legislação faz o papel do inimigo? Precisamos entender que uma política pública para ser efetiva precisa ir além da aprovação de resoluções, decretos e parâmetros curriculares, mas deve se revestir de ações de valorização da prática docente e melhoria das condições de trabalho, o que, de fato, aguardamos com ansiedade.

Através da falta destas ações efetivas na graduação, encontramos para além desta o terceiro fator que pode comprometer ou alavancar a qualidade da educação superior em Letras: o permanente aperfeiçoamento dos professores e a formação autonomizadora dos aprendizes.

Apesar de ser um dos pontos centrais das Diretrizes de 2002, a Formação Continuada não atingiu o mínimo do seu potencial no Brasil. Não há sistemas efetivos que possibilitem a oportunidade de retorno planejado e sistemático dos(as) profissionais da educação às Instituições formadoras. Essa formação não abrange apenas o professor, mas também inclui os diretores, os orientadores educacionais, os supervisores pedagógicos e os administradores escolares.

A falta de preparo profissional adequado do professor de língua materna e estrangeira é amplamente reconhecida e muito discutida no meio acadêmico (Abrahão,1992, 1996, 2002; Almeida Filho, 1992, 1999; Alvarenga, 1999; Basso, 2001; Castro, 1999; Celani, 1996b, 2000; Consolo, 1996, 2002, 2004; Filgueira dos Reis, 1992; Gimenez, 1994, 1999, 2002; Moita Lopes, 1996). Assim, a Formação Continuada deve constituir-se como um espaço de produção de novos conhecimentos, de troca de diferentes saberes, de repensar e refazer a prática do professor, da reconstrução das competências do educador. Um professor não exposto à prática reflexiva tende a repetir o mesmo currículo de anos anteriores e, assim, a escola continua parada no tempo com ensino descontextualizado, desmotivado e não-reflexivo, repassando conhecimentos que em nada servem para a vida social, pessoal e futuro profissional dos educandos.

 

Perspectivas futuras

 

O que fazer, então, para que os três fatores, motivação, legislação e aperfeiçoamento, possam construir uma formação com mais qualidade? Podemos relembrar as dicas deixadas pelo personagem que abriu este texto, o presidente Juscelino Kubitscheck.

Adotando a metodologia de Kubitscheck, primeiro é preciso sonhar. Idealizar que podemos ter uma educação de qualidade neste país; confiar que mesmo com as adversidades uma mudança é possível; saber que pequenas ações podem contribuir significativamente para grandes transformações. É preciso rejeitar pensamentos conformistas nos quais não há mais solução para a educação. Ao contrário, as mudanças nesta área começam pelo CRER para mais tarde podermos VER.

Segundo, é importante planejar. Nenhuma melhoria acontece por acaso. Semelhante às trinta e uma metas do presidente, se buscamos desenvolvimento precisamos saber onde concentrar nossos esforços. É necessário pesquisar e divulgar resultados que demonstrem as falhas do sistema educacional brasileiro. Indicar caminhos, mostrar soluções, propor novas idéias, circular conhecimentos e, assim, montar um plano de ação que norteará os rumos da educação local e nacional.

Terceiro, é fundamental mobilizar a classe. Os educadores brasileiros comumente pensam que política educacional é responsabilidade dos governos municipal, estadual ou federal, tornando-se passivos no processo decisório. Isso parece equivocado. Temos de ser agentes da mudança que queremos, não podemos ficar alheios como vítimas de políticas que não promovem a qualidade. Precisamos multiplicar nossa influência política com associações fortes como as de Professores de Línguas pelo país afora e como a ALAB (Associação de Linguística Aplicada do Brasil). Onde está a federação de Associações Regionais do Brasil?

Por fim, é necessário persistir. Mudanças não acontecem subitamente. Oposições e adversidades com certeza virão, porém não podemos desistir da busca pela qualidade tão sonhada, planejada e articulada. Espero que não tenhamos que levar mais cinqüenta anos para caminhar o que poderíamos ter feito em cinco.

 

Referências


CARDOSO, Míriam Limoeiro. Ideologia do Desenvolvimento – Brasil : JK – JQ.Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978

PAIVA, V.L.M.O. O Novo Perfil dos Cursos de Licenciatura em Letras. In: TOMICH, et (Orgs.). A interculturalidade no ensino de inglês. Florianópolis: UFSC, 2005. p.345-363.

PAIVA, V.L.M.O. A LDB e a legislação vigente sobre o ensino e a formação de professor de língua inglesa. In: STEVENS, C.M.T e CUNHA, M.J. Caminhos e colheitas: ensino e pesquisa na área de inglês no Brasil. Brasília: UnB, 2003. P.53-84.

Provão 2002: Letras. Informativo. Brasília, abril de 2002.

Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. www.mec.gov.br/home/ftp/LDB.doc
Diretrizes curriculares para os cursos de graduação. https://www.mec.gov.br/SESU/diretriz.shtm

Resolução CNE/CP 1/2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. https://www.mec.gov.br/cne/pdf/CP012002.pdf

Resolução CNE/CP 2/2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. https://www.mec.gov.br/cne/pdf/CP022002.pdf

Avaliação das condições de ensino. https://www.mec.gov.br/Sesu/ofertas.shtm

Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos de Graduação. https://www.inep.gov.br/superior/condicoesdeensino/manuais.htm

 

Retirado de www.sala.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=64:formacao-em-letras-no-brasil-descaminhos-de-uma-profissao-&catid=41:textos-em-la&Itemid=161 em 21 jan. 2010.

23-12-2010 21:19

Bodas de Estanho da Profª. Jaqueline Santana

Parabéns, Jack e Isac pelos 10 anos de feliz união. Que Deus lhes dê saúde, paz e felicidades, conservando-os sempre juntos.

18-12-2010 00:29

Natal sem o Papai Noel

 
Estou preparando a minha árvore de Natal. Quero que ela seja viva, mas não quero que seja exterior. Eu a quero dentro de mim. Tenho medo das exterioridades. Elas nos condenam. Ando pensando que o silêncio do interior é mais convincente que o argumento da palavra.

Quero que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.

Neste Natal não quero mandar cartões. Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento. A vida é mais bonita no improviso, no encontro inesperado, quando os olhares se cruzam e se encontram.

Quero que minha árvore seja feita de realidades. Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos. Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista. Tenho medo de que as árvores muito iluminadas me façam esquecer o dono da festa.

Não quero Papai Noel por perto. Aliás acho essa figura totalmente dispensável! Pode ficar no Pólo Norte desfrutando do seu inverno. Suas roupas vermelhas e suas barbas longas não combinam com o calor que enfrentamos nessa época do ano. Prefiro a presença dos pastores com seus presentes sinceros.

Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam...

Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única. O ouro que brilha, o incenso que perfuma o ambiente e a mirra com suas composições miraculosas.

O papai Noel chega derrubando tudo. Suas renas indisciplinadas dispersam as crianças, reiram a paz dos adultos. Os brinquedos tão espalhafatosos retiram a tranquilidade da noite que deveria ser silenciosa e feliz. O grande problema é que não sabemos que a felicidade mais fecunda é aquela que acontece no silêncio.

É por isso que neste Natal eu não quero muita coisa. Quero apenas o direito de recolher o pequenino menino na manjedoura... Quero acolhê-lo nos braços, cantar-lhe canções de ninar, afagar-lhe os cabelos, apertar-lhe as bochechas, trocar-lhe as fraldas para que não tenha assaduras e dizer nos seus ouvidos que ele é a razão que me faz acreditar que a noite poderá ser verdadeiramente feliz.

Neste Natal eu não quero muito. Quero apenas dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José. Ando desfrutando nos últimos dias o desejo mais intenso de que a vida vença a morte.

Talvez seja por isso que ando desejando uma árvore invisível. O único jeito que temos de vencer a morte é descobrindo a vida nos pequenos espaços. Assim vamos fazendo a substituição. Onde existe o desespero da morte eu coloco o sorriso da vida.

Façam o mesmo!

Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente.

Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto!

Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente. O que alegra um coração humano é tão pouco que parece ser quase nada. Ousem dar o quase nada. Não dá trabalho, nem custa muito...

E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível.
06-12-2010 14:21

Perfil do estudante de Letras (Waldeli Azevedo)

 

Letras: menos status, mais realização pessoal

 

O perfil de quem ingressa na carreira de Letras é bastante definido: o estudante não prioriza tanto o status pessoal e financeiro e busca uma formação voltada à educação, seja para complementar o seu currículo ou para promover a propagação da cultura por meio do ensino.

 

Por este motivo, este futuro profissional tem como característica peculiar o fato de buscar, em primeiro plano, sua realização pessoal, não priorizando tanto o lado financeiro, já que tem consciência de que os salários nesta área de atuação não são promissores, salvo raras exceções.

 

Embora o reconhecimento destes profissionais esteja muito longe do merecido, sabe-se que o ensino é um "bem" de primeira necessidade. Portanto, a carreira tende a oferecer mais vagas para emprego, seja em escolas públicas ou particulares. Os maiores empregadores são ainda as instituições de ensino fundamental e médio, mas o crescimento das escolas de idiomas e de pré-vestibular tem oferecido novas perspectivas.

 

ONDE ATUAR

Vale lembrar que as opções de atuação não se restringem apenas ao campo do ensino. O profissional de Letras tem sido bastante procurado para o trabalho de revisão, que consiste em observar a qualidade de textos e corrigir possíveis erros gramaticais ou ortográficos, em empresas de comunicação, como jornais, revistas ou internet.

 

A expansão está atrelada ao crescimento da informação e de mais veículos que objetivam difundi-la. O campo de atuação se abre a escolas de idiomas, editoras, empresas de diferentes segmentos com estrutura de comunicação mais desenvolvida, entre outros.

 

O profissional de Letras pode ainda trabalhar como intérprete ou em grandes empresas, na área de secretariado bilíngüe. Geralmente a opção de idioma é pelo inglês ou espanhol.

 

BACHARELADO OU LICENCIATURA

O curso de Letras tem geralmente quatro anos de duração. O estudante pode optar entre dois caminhos: o bacharelado lhe destinará à pesquisa, já que irá prepará-lo para o trabalho em editoras, seja na tradução de textos ou como revisor.

 

Para assumir a tarefa de lecionar, seja no ensino fundamental ou médio, o estudante deverá fazer Licenciatura. Para ensinar aos alunos do curso superior, precisa ter ingressado em uma pós-graduação. Entre as disciplinas comuns ao curso de Letras, estão Língua e Literatura Portuguesa, Lingüística, Cultura Brasileira, Teoria da Literatura, Língua Estrangeira Moderna, Literatura Latina, Filosofia Românica, Língua Estrangeira e Literatura, entre outros.

 

Geralmente, o mercado costuma procurar profissionais que tenham optado pelo inglês ou espanhol. Porém, alguns se formam em japonês, chinês e alemão, conseguindo oportunidades de emprego em multinacionais.

 

AUMENTE A BAGAGEM!

Como toda carreira, realmente se dá bem aquele que busca um diferencial. Na área de Letras é recomendável que você fortaleça sempre o seu nível cultural, visitando museus, exposições e galerias. Mantenha-se sempre atualizado! Busque aperfeiçoar seus conhecimentos de informática e de língua estrangeira.

 

Em algumas universidades, o estudante tem a possibilidade de optar por uma segunda língua estrangeira, o que lhe dá a chance de receber um segundo diploma.

 

Como perfil, é esperado deste futuro profissional o gosto pela leitura, a facilidade de aprendizagem e a capacidade de se comunicar bem e de se expressar com naturalidade, o que ajuda muito no trabalho de tradução simultânea, por exemplo.

 

Retirado de: cursos.infomoney.com.br/guias/profissoes/profissao_20.asp. Acesso em: 6 dez. 2010

© Diretório Acadêmico de Letras da Faculdade Ages, 2010-2012

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