"Ao ser o que somos, o somos na linguagem"

Boletim Informativo do DAL

Boletim 02/2011, de 03 de agosto de 2011

Srs. Estudantes:

Já estamos na segunda semana de atividades acadêmicas e o Diretório pensa que já houve contato suficiente para "sentirmos" as linguagens e os discursos que estão "na ordem do dia" na nossa Academia.
Por isso, já é também tempo de reflexão, de maturar os acontecimentos, e digeri-los dialeticamente.
Eis alguns pontos importantes.

1-Nosso Colegiado, enquanto organização estudantil e promoção da identidade acadêmica


Desde o semestre 2010.1 temos nos organizado para dar vitalidade e significatividade ao nosso Colegiado. Isso não é tarefa simples, mas não podemos dizer "que não houve avanços". Houve, e muitos! Temos a possibilidade de mediar conflitos, pudemos realizar nossa primeira semana acadêmica, e, sobretudo, refletir e contruir nosso "espaço" no universo intelectual da Academia.
Mas ainda há uma longa estrada a ser trilhada, e é preciso que todos tenham energia para ver o que há no final. Se houver final... Nós, enquanto estudantes, precisamos ser mais ativos e participativos. Ainda não superamos uma postura passiva e "auditiva", de acadêmicos sentados ouvindo o que "outros" tem a falar.
O Diretório não serve para despertar comoção estudantil ou para incitar o revoltismo esquerdista tão vicioso e ingênuo. Ele se compromete em ouvir os estudantes, representá-los em seus conflitos e dificuldades, e em mediar a resolução desses problemas. O Diretório não fala por si mesmo, mas sim em nome dos estudantes, porque os escutou, porque sabe o que pensam, e, em nome deles, propõe mudanças e melhorias.
Nesse sentido, é preciso que os estudantes se posicionem mais, manifestam mais suas opiniões, falem! Os representantes não são detetives de problemas, nem substituem a vontade e a voz dos representados, mas as assumem para não deixar que elas se calem!
Estudantes de Letras não podem ser mudos. Nem podem ficar como se fossem a estátua de Drumond, sentados, na praia, olhando a areia e os transeuntes...
Contudo, há uma grande diferença entre "falar" e "alardear". Manifestar-se não é fazer enxame, nem encarnar o revolucionarismo barato. Para isso fazemos Letras: aprendemos que o diálogo é a chave da comunicação, e que mesmo o conflito dá-se como uma dialética dialógica.
Precisamos nos tornar mais letrados, sobretudo quando...
... dizem que nossas discussões são "limitadas" e que estamos "engatinhado", e ficamos calados...
... criticam nossos representantes e nós, antes de conversar com eles, aplaudimos os que nos criticam...
... cooptam os estudantes que estão entrando na Academia, fazendo-os mudar de Curso, afirmando que somos poucos, mal organizados e sem "campo de atuação", e ainda ssim permanecemos como "se não estivessem falando conosco"...
... questionam nossas opiniões e nós, esperando resultados imediatos, prefiremos fingir que "não temos nada a dizer"...
... dizemos que "nosso Colegiado é muito parado e não faz nada", mas nós nunca sugerimos algo do tipo "pessoal, vamos fazer algo diferente, poderíamos começar com..."...
Enfim, precisamos repensar nosso compromisso com a construção de um Curso de Letras que seja "a cara de todos", participativo, dinâmico e aberto.

2-O semestre 2011.1


Sem dúvidas o que foi mais marcante em 2011.1 foi dar posse a um Diretório, receber os novos acadêmicos (que, em número, eram muitos, tendo em vista que as últimas turmas foram formados por 5, 3 ou até mesmo uma pessoa, ou nem mesmo formadas, dada a ausência de estudantes) e, sobretudo, realizarmos a I Semana de Letras.
A I Semana de Letras foi certamente um grande momento de aprendizado, não só do ponto de vista intelectivo, como também organizativo. Nem tudo saiu perfeito, houve correria, falta de espaço, falta de pontualidade...
Mas certamente valeu a pena! Valeu...
... ouvir professores de áreas tão diferentes discutindo a nossa "linguagem", mas com a linguagem deles...
... ver, ouvir, sentir novamente a Profª. Jaqueline Santana conosco, com seu jeito "pedagogo" de ser, que tanto dialoga com nosso jeito "letrado", e nossas discussões discursivas sobre educação...
... conhecer a Profª. Leilane Ramos, e passear por tantos ramos da Linguística em um tão curto espaço de tempo...
... redescobrir o potencial dos nossos professores, e a importância e o lugar de honra que cabe a eles nesta Academia: Profª. Gilza, Prof. João Freire, Prof. Jailson, Prof. Glaydstone Prof. Jaldemir...
... apreciar as produções acadêmicas dos nossos colegas, e perceber que a riqueza não vem de fora, de outros faculdades, ou de outras realidades, mas está dentro de nós, e cabe a nós ter a disciplina e lapidá-la e a coragem de expô-la...
... vivenciar o Lual, navegando pela Literatura, desfrutando da presença do outro, do verde, da água, ou simplesmente do nada, porque não há momento mais estético do que o ócio contemplativo...
Contudo, precisamos considerar que a semana acadêmica de Letras foi feita para nós, e que faltou muito desse "nós" na construção de alguns momentos...
... muitos se disponibilizaram para planejar e pensar o Lual, mas poucos estiveram batalhando para que tudo estivesse perfeito, um número reduzido de pessoas ficou responsável por tudo, e muito do que foi pensado não pode ser concretizado, além da demora, da ausência de alguns organizadores, que mesmo no momento do "deleite", estavam ainda "no batente"...
... o espaço concedido aos alunos para que expusessem seus trabalhos não foi devidamente aproveitado, faltaram trabalhos, faltaram pessoas dispostas a partilhar conhecimento, sobrou tempo e também faltou tempo, sobrou espaço no palco para que mais estudantes pudessem romper o individualismo das produções e lançar-se na atitude corajosa e comprometedora de partilhar, falar, expor, dialogar...
... a contribuição estabelecida foi muito criticada por alguns, porém não podemos esquecer que, embora o motor do mundo sejam as ideias, um motor não ainda sem combustível! Nos maiores eventos que realizamos (FEIPROF 2010, I Semana de Letras), a contribuição dos acadêmicos não foi suficiente para cobrir as despesas, e precisamos recorrer aos professores, à instituição, aos organizadores (ao final, está um breve demonstrativo financeiro da semana acadêmica de Letras)...
É necessário repensar o quanto estamos dispostos a nos comprometer com o Colegiado, e compromisso significar participar, opinar, contribuir, trabalhar...
O Diretório e a Coordenação está dialogando como será o Calendário do semestre 2011.2, e obviamente a realização de eventos, a organização de espaços de aprofundamento e integração dependerão do quando isso é não apenas aceito pelos acadêmicos, mas sobretudo assumidos por eles!

3-O Diretório Acadêmico e o diálogo com a Faculdade


Precisamos compreender qual o papel e o sentido do Diretório Acadêmico.
Comecemos pelo que o Diretório não é...
... não é um inimigo da Instituição e da Direção...
... não é uma grupo de rebeldes que farão levantes populares contra as "bastilhas" do poder...
... não é um promoter ou socialite que vive precipuamente a fazer eventos, viagens e comemorações...
Uma representação estudantil deve ser, antes de tudo, mediadora. O momento em que fomos entregar um documento coletivo ao Diretor Adjunto da Faculdade, há quase um ano e meio atrás, quando o Curso de Letras não tinha qualquer tipo de organização parece ser paradigmático: sentar e conversar. Lutar não é um processo de gritos, mas de confronto de ideias, de peleja de palavras, enfim, de discurso.
O Diretório não pretende fazer escarcel de suas ações, nem viver de incitações a revoltas públicas contra a Faculdade. Não que isso não seja possível, ou viável, ou desejável... Mas simplesmente, porque a luta é uma atitude política e, portanto, diplomática. É preciso primeiro fazer um diagnóstico, depois traçar a estratégia de ação.
Atitudes mais drásticas poderão (e serão tomadas), quando for oportuno, e não simplesmente por ser expressão de um desejo legítimo. Contudo, a Faculdade AGES ainda é uma instituição altamente centralizadora e burocrática e, sem dúvidas, fazer uma "Revolução Francesa" não é algo que esteja entre nossas opções.
Historicamente temos experimentado resultados positivos tanto no enfrentamento direito, quanto na negociação diplomática com a Faculdade. É preciso analisar o que é mais viável em cada caso.
Nesse sentido, a polêmica em torno da Produção Integrada ganha destaque. A opinião do Diretório foi cobrada e mesmo exigida por estudantes de outros colegiados e por acadêmicos de Letras. Porém, é preciso considerar que uma opinião, para ser densa e madura, não precisa ser a primeira voz a se levantar: não estamos numa maratona discursiva, e quem fala primeiro não ganha prêmio nenhum, além de correr um sério risco de ser apressado...
É preciso considerar quem em 2010.2 a Produção Integrada foi rejeitada pelos acadêmicos de Letras, e que em 2011.1 ela só foi aprovada porque decidimos que o I Período também deveria participar: por 16 votos a 10, venceu a Produção Integrada; sem o I Período, teria perdido por alguns votos!
Era preciso, antes de levantar a bandeira da Produção Integrada consultar novamente os alunos e saber o que pensam, depois da primeira experiência com uma única produção científica semestral. O Diretório não foi eleito para substituir o Colegiado, mas para representá-lo, e isso é democracia: os alunos foram consultados, as respostas estão sendo analisadas, e nesta quinta-feira (04/07/2011) o Diretório publicará um entendimento oficial acerca da questão. Assim, antes de coletarmos assinaturas, quisemos ouvir opiniões!
É lamentável que a instituição, que semestre passado, deu ao Diretório o encargo de decidir junto aos alunos qual tipo de sistema de produção acadêmica adotar no Colegiado, inclusive permitindo que os alunos do I Período participassem (situação não admitida nos demais cursos), agora decida por um sistema sem qualquer diálogo prévio.
Assim, sejamos realistas: dificilmente haverá uma mudança insitucional para ESTE semestre, no tocante à Produção Acadêmica. A instituição considerou o processo muito caótico e preferiu não permiti-lo em 2011.2. Assim, o Diretório defenderá a Produção Integrada, contudo, estará aberto para discutir mudanças e melhorias, e propô-las à instituição, porque, como se verificou na avaliação com os estudantes, embora a Produção Integrada seja mais produtiva, do ponto de vista sistemático, houve falhas gritantes.
O Diretório já está em diálogo com a instituição no sentido de implantar e consolidar um sistema de produção acadêmica que seja mais produtivo para o acadêmico, e ao mesmo tempo que cumpra as exigências formais e atinja as finalidades da produção acadêmica enquanto aprofundamento das competências e conteúdos de todas as disciplinas. Todavia, não é fazendo das nossas vozes "buzinas" que conseguiremos apoio e acolhimento para as nossas propostas.
O Prof. Jaldemir, enquanto Coordenador do Curso e Coordenador Pedagógico da Faculdade, tem se mostrando bastante solícito em relação às nossas solicitações, tem sempre se disponibilizado para o diálogo, e temos conseguido aprovação de muitas das nossas propostas, nem todas puderam ser concretizadas, até porque não dependem somente dele, mas certamente não foram desconsideradas ou simplesmente ignoradas.
Antes da política do confronto, o Diretório crê na ética do consenso, e na dialética enquanto condição sine qua non para a "comunicação".

5-O semestre 2011.2


Por fim, falemos de Projetos!
I-Planejamos um momento de acolhimento para os estudantes do I Período, seria no último dia 29, não obstante, considereou-se mais conveniente e lógico que eles tivessem a primeira aula da disciplina, e isso certamente foi a melhor saída.
Faremos melhor: um momento para os estudantes poderem mais do que ser acolhidos, mas inseridos, chamos à conversa, convidados ao grande diálogo das Letras...
E quem fará? Nós... que tal pensarmos em ideias, em espaços e atividades vivas, vibrantes para um grande dia com o Colegiado? O Diretório e a Coordenação terão a responsabilidade de organizar, mas planejar, realizar e vivenciar deverá ser responsabilidade e compromisso de todos! Comecemos sugerindo... como deveria ser um dia (ou melhor, uma noite) das Letras?
II-Realizaremos a Assembleia anual dos estudantes de Letras, em que discutiremos nosso Colegiado e estabeleceremos as diretrizes que nos orientarão nos próximos semestres. Será no mês de setembro e a data exata será divulgada no início da próxima semana. Comecemos a pensar o que deve ser discutido nessa Assembleia (o que é importante para as Letras?). Adiante-se que deveremos reformar nosso Estatuto (ele ainda é o de 2007!).
III-Elegeremos o DAL 2012, com todo aquele processo de constituir comissão eleitoral, construir chapas e propostas, enfim, pensar o Colegiado de maneira política, sonhar com aquilo que podemos fazer para o Colegiado...
IV-Retomaremos o debate em torno dos grupos de estudo. No semestre passado não foi possível implantar, sobretudo pela pouca disponibilidade de tempo dos estudantes. Se queremos aprofundar nas Letras, poderíamos estudar juntos, em diálogo, em comunhão e em confronto de ideias. Será que isso é possível? Poderíamos tentar? Como?
Mas talvez isso seja muito pouco para um semestre (talvez não). Estamos abertos a propostas (como poderíamos rechear nosso semestre de diálogos das Letras? como seriam esses diálogos?)

6-Antes do fim, uma palavra final!


O Diretório quer dar as boas vindas a todos que vieram "tecer fios de palavras" conosco. Afinal, "um galo sozinho não tece uma manhã".

É um prazer tê-los conosco: prof. Jean e os quase setenta (ou mais de setenta?) estudantes do I Período Noturno e Alternativo!!!

Acolher o outro, receber o diferente em nossa casa é a mais nobre atitude de Alteridade: nos permitimos que esse outro habite nossa subjetividade, entranhe-se nas teias que nos tecem, e que tecemos, participem daquilo que ousamos chamar de "vida".
Essa hospitalidade entra, simultaneamente, em contraste com alguns momentos pouco amistosos que tivemos com outros Colegiados da Faculdade. Mas são apenas momentos... No fundo, lutamos pela interlocução, pela possibilidade de partilha, pela intersubjetividade, e isso tudo só pode dar-se com o diferente. Às vezes, a diferença é motivo de desentendimento, é lamentável, mas é inevitável: só nos prova que nenhum posição é absoluta, que nada é incontestável, e que o "espetáculo da vida" sempre nos apontará com um dedo em riste, dizendo que não somos "tão perfeitos assim".

O importante é que não esqueçamos que o sol ilumina todos os telhados, e que a manhã nasce para todos. Assim, cada galo cantará o sol de sua maneira, não será um sol melhor porque cantamos diferente, nem seremos melhores, porque cantamos o sol de um jeito todo especial, até porque precisaremos sempre de "outros galos"...

De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.



Um abraço a tod@s!

 

Marcos Paulo Santa Rosa Matos

pelo Diretório Acadêmico de Letras

 

Anexo - Balancete da I Semana de Letras

 

TIPO DE GASTO

VALOR

Cabo de microfone (perdido)

15,00

Copos, guardanapos, materiais diversos

8,00

Divulgação (Folders)

20,00

Doce

6,00

Estacas de madeira

25,00

Esteiras

41,00

Fios, bocais e lâmpadas

34,50

Frutas

40,00

Licor

23,00

Malhas decorativas (aluguel)

20,00

Novelo de barbante

8,00

Outros gastos

14,00

Ponche

30,00

Querosene

6,00

Salgados

160,00

Spray decorativo

15,00

Transporte (Bancos, Moto-táxi)

30,00

Transporte (Gasolina)

5,00

Transporte (Táxi-Salgados)

15,00

Violão (Tocador)

50,00

Total

565,50

Contribuição dos Acadêmicos

289,00

Saldo

-276,50

Contribuição dos Professores

75,00

Contribuição do Coordenador e da Instituição

201,50

BOLETIM 01/2012, DE 30 DE JANEIRO DE 2012

 

Prezados colegas:

Gostaria de repetir aquele "sejamos bem-vindos" que eu dei em cada turma!

1-Esse é um semestre importante para o curso de Letras. 2011.2 foi marcante pelas lutas constantes que tivemos de travar - pela adequação entre docentes e disciplinas, pela produção única, pelo respeito diante dos outros colegiados... Foi marcante também porque essas lutas não ficaram paralisadas, mas tiveram resultados positivos: o retorno da Produção Única, o cultivo da especificidade do curso de Letras, o desembaraçamento do diálogo com o Colegiado de Pedagogia.

Espero sinceramente que esse semestre seja de consenso - não o consenso de quem não quer lutar, mas aquele que brota de um diálogo sincero, e do trabalho em comum. Consenso que gera sinergia, comunhão, linguagem, e que jamais pode se confundir com a síntese, a unilateralidade, o monólogo...

2-Precisamos vivenciar com abertura e alegria o nosso Dia da Integração (10/fevereiro), acolhendo com o calor humano - inclusive o calor da palavra e da arte humanas - os novos acadêmicos e o Prof. David Lopes - que está retornando à nossa Academia - e procurando representar o nosso Colegiado com autenticidade e criatividade. Que bom que temos jovens interessados em mergulhar no mundo das letras, que bom que temos acadêmicos compromissados com as Letras, e que se disponibilizaram a pensar apresentações e representações das linhas mestras de nossa formação - Linguística, Literatura e Educação.

3-Que bom também contar com um time de professores que nos dão orgulho (vou seguir a ordem alfabética, para não criar nenhuma hierarquia):

Profª. Gilza e seu encantador humanismo pessoal e educacional, sua capacidade de nos fazer enxergar a educação para além do discurso pedagógico, a educação com tessitura, como textualidade, como convite à relação dialógica - face a face;
Prof. Glaydson e sua capacidade fantástica de nos deixar boquiabertos com sua poeticidade, criatividade, criticidade... enfim, com sua vivacidade;
Prof. Jailson e sua indiscutível erudição e competência (ou seria desempenho?) no campo dos estudos linguísticos e gramáticos (há de se acrescentar: em suas mais diversas formas), bem como seu compromisso com a seriedade intelectual;
Prof. Jaldemir e sua paixão pela linguagem universal, pelo diálogo meio-bakhtiniano entre todas as coisas, além de seu compromisso com a complexidade e a interdisciplinaridade;
Prof. Jean e seu conhecimento lítero-filosófico, técnico-literário, crítico-existencial/crítico-institucional, enfim, seu compromisso com a cientificidade dos estudos literários;
Prof. João Freire e seu amor e solicitude dispensados ao curso de Letras (ele que tanto nos ajuda nos eventos que promovemos), e seu compromisso com o conhecimento encarnado na história e na literatura;

Devo acrescentar a essa lista outras duas pessoas: Prof. David que é um dos mais fantásticos pensadores com quem já pude dialogar - filósofo, poeta, mestre e doutor em literatura, educador otimista (apesar de suas críticas à vezes tão duras e mordazes ao mundo que aí está); Profª. Márcia Verônica, que ainda é uma presença tímida no Colegiado, assumindo uma disciplina aqui, outra ali, e que tem se esforçado por novamente mergulhar em profundidade nesse mundo maravilhoso das Letras.

4-É muito bom também saber que os estudantes que estão chegando ao Colegiado querem viver com seriedade esse tempo de aprendizagem dura que é a Faculdade, e que os estudantes que estão saindo não perderam a paixão pelo mundo da Linguagem no meio do caminho. Meu muito obrigado a Adriana, Edijane e José Augusto, que por semestres e semestres sonharam e lutam por um curso de Letras melhor: não conseguimos tudo, talvez até tenhamos conseguido pouco, mas não podemos perder a fé a esperança, porque "tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Obrigado também a Liliane e Kátia, que não prosseguiram na vida de representação estudantil - seus compromissos cotidianos falam mais alto, e não há compromisso mais sério do que aquele com o nosso dia-a-dia, sobretudo com nossa família. Dou as boas-vindas a Abraão, Cristiano, George, Pedro que assumiram participação ativa na luta por melhorias no Colegiado, e convido a todos a apoiar (e cobrar!) das novas lideranças pois elas são o presente que se projeta para o futuro do Colegiado. E como é bom contar com o apoio e a presença permanentes de Joana e Eugênio!

Quanto a mim, estarei um pouco mais distante do Colegiado nesse semestre. A paixão pelas Letras continua a mesma, ou melhor: continua crescendo! Mas vou precisar me dedicar um pouco mais ao mundo das leis e da justiça (que não são opostos ao mundo da linguagem, pelo contrário, é por ela atravessada, e com ela está em diálogo). Sinto-me muito feliz em poder ver o Colegiado de Letras vivo novamente, e em saber que eu pude colaborar um pouco com isso. Vou continuar cultivando dois sonhos antigos (e obviamente tentando concretizá-los): grupos de estudos entre os estudantes de Letras e uma revista científica do Colegiado para publicação de nossas produções acadêmicas.

5-Precisamos planejar nossa II Semana de Letras, que deve ser ainda mais brilhante que a primeira. Vamos começar a parir ideias, a propor temáticas, momentos, espaços de partilha e crescimento intelectual...
Vamos também fazer desse semestre o Semestre das Letras, porque "as LETRAS movem o mundo"!

6-Precisamos não silenciar as críticas, não guardar só para nós nossas descobertas, não trancafiar "nossa lâmpada debaixo da cama".

Vamos apresentar nossas inquietudes ao Diretório (letras.ages@yahoo.com.br) e exigir que ele lute por nós, e vamos também colaborar com ele.
Vamos continuar utilizando o site do Colegiado (letrasages.webnode.com.br) para trocar materiais, partilhar informações, contribuir com o outro (e com o todo), e pedindo aos professores que não deixem de enviar materiais (eles sem dúvida têm tesouros em seus computadores, frutos de tantas e tantas pesquisas).
Vamos vivenciar com seriedade e densidade a vida acadêmica: ser universitário não é passear por livros e ideias, é debruçar-se sobre eles com afinco, é discutir, é crer que "um outro mundo é possível" e que nós estamos no mundo justamente para isso, para pensá-lo, e transformá-lo pensando e agindo em comunhão.

Nessa primeira semana, já houve tempo para colocarmos nossas conversas em dia (ou não, porque a amizade torna o diálogo inesgotável), rever os amigos, até fazer novas amizades - porque todo recomeçço é um tempo quase infinito de possibilidades. Vamos também cultivar uma amizade profunda com esse universo de leituras, literaturas, gramáticas, linguistas, filósofos, literatos, poetas, filólogos, enfim, com o mundo apaixonado da linguagem, que é também metalinguagem e movimento!

Um abraço carinhoso a todos.
Um feliz e frutuoso semestre acadêmico!

Marcos Paulo Santa Rosa Matos
Presidente do DAL

Boletim 01/2011, de 27 de julho de 2011

 

Sobre as discussões acerca da Produção Acadêmica.

Resposta aos questionamentos dos estudantes de Pedagogia.

 

Prezados Acadêmicos do Colegiado de Pedagogia,
Senhores Integrantes do DA de Pedagogia:

Ante alguns questionamentos, sobretudo dos vossos representantes, quanto ao posicionamento do Diretório Acadêmico de Letras, no tocante à discussão do retono do sistema múltiplo para a Produção Acadêmica, precisamos fazer alguns esclarecimentos:

1- No semestre 2011.1 o Colegiado decidiu, de forma livre, democrática e participativa, numa reunião onde todos tiveram voz e voto, optar pelo sistema integrado de Produção Acadêmica. A votação, porém, foi "apertada" e revelou que, embora majoritária, não era pacífica. Felizmente, porém, no nosso Colegiado essa decisão foi tomada pelos estudantes, com o apoio da Coordenação, e não pelas "instâncias superiores".
2- Tivemos apenas uma experiência com a chamada "Produção Única", e após ela o Diretório crê que deve haver uma reflexão e novamente uma oitiva dos estudantes, para que a "palavra da maioria" seja considerada de maneira mais sólida e mesmo científica, pois o que precede a experiência é precipuamente o mito e o imaginário (ou mesmo o "ouvi falar").
3- Reunido nesta quarta-feira (27/07/2011), das 7:30 às 9:00, o Diretório decidiu que fará uma consulta nominal aos estudantes do Colegiado (a ser realizada no final desta semana), para firmar um entendimento que não seja apenas dos representantes estudantis, mas de todos que compõem o Colegiado.
4- É importante lembrar que o movimento de repúdio à decisão da Direção, não tomou, no Colegiado de Letras, as mesmas proporções que, aparentemente, tem tomado no Colegiado de Pedagogia. Até o momento, poucos foram os alunos que procuraram o Diretório com o intuito de fazer frente à volta da "Produção Individualizada". Assim, não se trata de substituir o centralismo do gabinete da Direção pelo hermetismo da mesa redonda do Diretório.

Por isso, evitando toda e qualquer forma de revoltismo esquerdista, os representantes de Letras pretendem, antes de manifestar-se (seja favorável, seja contrariamente à decisão da IES), dar a palavra aos próprios alunos "representados".

Inobstante, seja qual for o "entendimento", o Diretório discorda do centralismo das decisões acadêmicas que é praticado costumeiramente na instituição.

O Diretório ficará grato se, nas próximas reuniões que os representantes estudantis de Pedagogia e de Educação Física, bem como os demais interessados, marcarem com a Coordenação Pedagógica (ou qualquer outra autoridade institucional) para discutir o assunto, também for convidado.

Respeitosamente.

Marcos Paulo Santa Rosa Matos
pelo Diretório Acadêmico de Letras

© Diretório Acadêmico de Letras da Faculdade Ages, 2010-2012

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